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segunda-feira, 18 de julho de 2011

GOLPES MAIS UTILIZADOS


A capoeira é formada por uma seqüência de movimentos denominados golpes. Os mais utilizados pelos capoeiristas são:

Armada, Armada Pulada, Armada Dupla, Benção, Cabeçada, Chapa Lateral, Chapa Cruzada, Chapa Giratória, Chapa de Costas, Côcorinha, Coice, Coice de Mula, Gancho, Macaquinho, Martelo, Martelo Explosivo, Martelo de Bico, Meia-Lua de Compasso, Meia-Lua de Frente, Meia-Lua Solta, Mola Negativa, Parafuso, Ponteira, Rabo de Arraia, Rasteira, Salto Mortal, Queixada Vingativa, Vôo do Morcego.

TOQUES DO BERIMBAU


O Toque de Angola assim como o toque de São Bento Pequeno são freqüentemente usado para acompanhar o canto da ladainha e o canto de entrada, podendo também serem usados para acompanhar o canto corrido, quando os dois capoeiristas vão jogar lentamente.

O Toque de São Bento Grande é muito importante, pois acompanha qualquer tipo de jogo, além de ser ideal para o acompanhamento dos toques corrido.

O Toque de São Bento Pequeno é um toque intermediário entre o toque de Angola e o Toque de São Bento Grande.

O Toque de Yuna, executado através do Berimbau viola, é o toque ritual, pois , só é admitido sua execução quando dois capoeiristas experientes, geralmente mestres, vão "vadiar", exigindo uma perfeita coordenação dos movimentos que só é adquirida depois de muitos anos na prática da capoeiragem.

O Toque de Benguela era usado para acompanhar o "jogo de faca" hoje extinto era um determinado jogo de capoeira onde um ou dois capoeiristas empunhavam uma faca , lutavam ou simulavam uma briga entre si.

O Toque de Cavalaria é um toque de aviso e não para ser usado em jogo de capoeira, antigamente, quando os capoeiristas eram perseguidos, criou-se o Esquadrão de Cavalaria de Guarda Nacional que teve, numa determinada época , como incumbência maior, combatê-los. Daí originou o Toque de Cavalaria. Um capoeirista ficava com um berimbau em uma colina ou numa esquina, um pouco distante de onde formava-se a roda de capoeira e, quando a Cavalaria da Guarda Nacional aproximava-se , o capoeirista que estava vigiando dava início ao Toque do mesmo nome, avisando aos camaradas que fugiam ou então se preparavam para enfrentá-los em violentas batalhas.

O Toque de Samba de Angola só é usado para a execução do samba de roda e do samba duro. No samba de roda, enquanto os instrumentos tocam, o povo dança ,à maneira dos africanos , aos pares ou em grupo. No samba duro, que só é permitido para homens, enquanto sambam aplicam rasteiras entre si.

O Toque de Apanha Laranja no chão tico-tico, nas festas de Santa Bárbara, era usado para o "torneio" que consistia no seguinte: dois capoeiristas exibiam-se tentando apanhar com a boca um lenço branco que era jogado no meio da roda, consagrando-se vencedor, aquele que o apanhava O referido toque é acompanhado da melodia do mesmo nome, que originou-se de uma brincadeira de roda, muito conhecida em rodas que tem a presença de mestres antigos que botam uma cédula no meio da roda e começam a jogar em busca dela.

Os Toques de Santa Maria, Jogo de Dentro (Amazonas) e Samongo (Samanto) são usados de preferência em cantos corridos e é utilizado o jogo de dentro.

O SURGIMENTO

O surgimento da Capoeira no Brasil foi devido às condições em que os escravos eram obrigados a viver, condições que muitas vezes os levavam a morte.

 A cultura africana sofre modificações face à nova realidade e toda a revolta de um povo vai se moldando a ânsia de liberdade, surge então a capoeira uma luta em forma de dança que tornou realidade um sonho chamado de liberdade.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

MESTRE BIMBA

O mestre Bimba (1900-1974), foi um capoeirista excepcional, um criativo tocador de berimbau e cantor de Mão cheia. Era homem de personalidade forte e marcante. Abandonou as rodas de Capoeira de Angola de sua época e abriu sua academia (por sinal a primeira), por volta de 1930 e passou a ensinar a sua modalidade de Capoeira, que foi chamada de "Regional".


Mestre Bimba: Manuel dos Reis Machado, nascido em Salvador a 23 de novembro de 1900, na rua do Engenho Velho, freguesia de Brotas. Era filho de Luís Cândido Machado, batuqueiro famoso do bairro. Começou a aprender capoeira com 12 anos de idade, na antiga Estrada das Boiadas, hoje Estrada da Liberdade, com um africano chamado Bentinho, capitão da Companhia de Navegação Baiana. Tornou-se um exímio praticante da capoeira em sua forma tradicional, destacando-se pela espetacular habilidade combativa. Depois, introduziu modificações importantes nos códigos da capoeira, vindo por isso a ser chamado de "o Lutero da Capoeira". Foi o primeiro capoeirista a constituir academia de capoeira, em 1932, no Engenho Velho de Brotas, e o primeiro a conseguir registro oficial do governo para a sua academia, chamada Centro de Cultura Física e Capoeira Regional, "num período em que o Brasil caminhava para o pleno regime de força e que as leis penais consideravam os capoeiristas como delinqüentes perigosos". O ensino de sua capoeira foi qualificado pela então Secretaria da Educação, Saúde e Assistência Pública como ensino de educação física. Suas inovações (entre as quais a introdução de uma metodologia de ensino) originaram uma "nova visão de mundo" no ambiente da capoeira.

Na academia da Capoeira Regional de Mestre Bimba havia um quadro contendo um regulamento com nove itens, englobando aspectos técnicos e disciplinares:

1. Deixe de fumar. É proibido fumar durante os treinos.

2. Deixe de beber. O uso do álcool prejudica o metabolismo muscular.

3. Evite demonstrar aos seus amigos de fora da "roda" de capoeira os seus progressos. Lembre-se de que a surpresa é a melhor aliada numa luta.

4. Evite conversa durante o treino. Voc6e está pagando o tempo que passa na academia; e observando os outros lutadores, aprenderá mais.

5. Procure gingar sempre.

6. Pratique diariamente os exercícios fundamentais.

7. Não tenha medo de se aproximar do oponente. Quanto mais próximo se mantiver, melhor aprenderá.

8. Conserve o corpo relaxado.

9. É melhor apanhar na "roda" que na "rua".   

 

CAPOEIRA ANGOLA

A capoeira de Angola, foi à primeira capoeira a existir, nela o capoeira joga de forma lenta, é um jogo traiçoeiro e que é muito bonito.
 Os antigos mestres jogavam de ternos brancos em chão de terra, e mesmo depois de um bonito jogo, os mestres saiam da roda com os ternos brancos, do mesmo jeito que entraram.

Calça larga e um brinco de ouro, foi a figura do malandro capoeirista que marcou a cultura brasileira do começo deste século.O folclorista Luís da Câmara Cascudo escreveu em 1916 que " o capoeira era um indivíduo desconfiado e sempre prevenido.
 Andando nos passeios, ao aproximar-se de uma esquina, tomava imediatamente a direção do meio da rua.

 Havia os capoeiras de profissão, conhecido logo a primeira vista pela atitude singular do corpo, pelo andar arrevesado, pelas calças de boca larga, ou pantalona, cobrindo toda a parte anterior do pé, pela argolinha de ouro na orelha, como insígnia de força e valentia, e o nunca esquecido chapéu de banda”.

Na capoeira de Angola, vale mais a astúcia do que a força muscular. Seu mais célebre representante foi Vicente Ferreira Pastinha, baiano de Pelourinho, amigo do artista plástico Caribé, personagem do escritor Jorge Amado e dono de uma filosofia peculiar: “Capoeira é tudo o que a boca come”, costumava dizer. “Ele ensinava a capoeira do dia-a-dia, capoeira para ele não era luta, era religião”, afirma Jaime Martins dos Santos, o mestre Curió, que treinou com Pastinha desde os oito anos de idade.

“Naquele tempo capoeira era coisa de arruaceiros, da malandragem. Escolhi treinar com ele porque era muito organizado e extremamente dedicado ao aluno”.
O método Pastinha, ensinado regularmente desde 1910, consiste em golpes desferidos quase em câmera lenta.

O capoeirista fica a maior parte do tempo com o corpo arqueado, e sua ginga é de braços soltos, relaxados, porque a tática era fazer de fraco diante do oponente.
“Nossos movimentos não tem pressa de chegar mas, quando chegam, é de forma harmoniosa”, explica mestre Moraes, um angoleiro que se formou junto com mestre João Grande, o discípulo de Pastinha que hoje dá aulas em Nova York, nos Estados Unidos.

“É um dialogo de corpos. Eu venço quando meu parceiro não tem mais respostas para as minhas perguntas”. Mestre Pastinha

A FESTA VIROU VIOLENCIA E FEZ POLITICA

No século passado, as principais cidades portuárias brasileiras, como Salvador, Recife e Rio de Janeiro, eram um aglomerado barulhento de gente. Era comum a figura do "escravo de ganho", aquele que tinha permissão de vender ou prestar serviços na rua e, em troca, dar uma porcentagem do dinheiro que obtivesse ao seu senhor. Sem outra coisa a oferecer senão a força física para carregar móveis, mercadorias e dejetos, muitos faziam ponto perto do porto. Não demorou para que esses grupos se organizassem sob a chefia de algum valente chamado de "capitão", que era exímio em capoeira.

Segundo o historiador carioca Carlos Eugênio Líbano Soares, que examinou o registro de prisões de escravos do século XIX, os anos entre a chegada da Família Real, em 1808, e a abdicação do primeiro imperador, em 1831, foram marcados pelo "terror da capoeira" no Rio de Janeiro. A Bahia não ficava atrás. "Salvador era um barril de pólvora", conta o antropólogo Oderp Serra. "Os negros fizeram mais de trinta revoluções nesse período. Em toda cidade, é natural que uma enorme massa de excluídos se organize e acabe formando gangues, como os latinos fazem hoje nos Estados Unidos."

As "maltas" eram bandos de capoeiras que saíam para enfrentar rivais nas datas festivas, diante de bandas militares ou procissões, misturando brincadeira e violência. Os mais perigosos não se expunham tanto, mas eram bons de faca, porrete e navalha. Para o corrupto sistema partidário da época, foi a ferramenta ideal de campanha. Foi assim que os nagoas e os guaiamus, gangues cariocas, se ligaram, respectivamente, ao partido Conservador e ao Liberal, transformando-se no braço armado das disputas políticas do Rio de Janeiro.
Até então, a lei punia a capoeiragem com sentenças de até 300 açoites e o calabouço. 

O auge da repressão foi em 1890 quando ficou instituída a deportação dos capoeiras do Rio para a ilha de Fernando de Noronha. Na Bahia, as falanges foram desorganizadas pela convocação para a Guerra do Paraguai, em 1864. E as do Recife só acabaram definitivamente em 1912, quando o jogo voltou a ser brincadeira, dando origem ao frevo.

COMO O CRIME SE TORNOU ESPORTE

De 1890 a 1937, a capoeira foi crime previsto pelo Código Penal da República. Simples exercícios na rua davam até seis meses de prisão. Nesse ambiente hostil, as escolas de capoeiragem sobreviviam clandestinas nos subúrbios. Foi para reverter esse quadro que o baiano Manoel do Reis Machado, um angoleiro forte e valente conhecido como mestre Bimba, inventou uma nova capoeira.

Teve o cuidado de tirar a palavra do nome da academia que fundou em 1932 em Salvador, o Centro de Cultura Física e Luta Regional. Filho de um campeão de batuque, uma espécie de luta-livre comum na Bahia do século XIX, juntou técnicas de boxe e do jiu-jítsu e criou um método de ensino. Para fugir de qualquer pista que lembrasse a origem marginalizada da capoeira, mudou alguns movimentos, eliminou a malícia da postura do capoeirista, colocando-o em pé, criou um código de ética rígido que exigia até higiene, estabeleceu o uniforme branco e se meteu até na vida privada dos alunos. "Para treinar com meu pai era preciso provar que estava trabalhando ou mostrar o boletim do colégio", conta Demerval dos Santos Machado, conhecido como "Formiga" nas rodas de capoeira e organizador da Fundação mestre Bimba ao lado do irmão, mestre Nenéu.

O resultado é que, a partir daí, a capoeira começou a ganhar alunos da classe média branca e, também, a se dividir. Até hoje angoleitros e regionais criticam-se mutuamente, embora se respeitem. Os primeiros se dizem guardiães da tradição, os outros acham que a capoeira "precisa evoluir". Com isso, Bimba deu ares atléticos ao jogo e atraiu as mulheres, até então excluídas das rodas. "Meu pai falava que uma capoeira chamada 'Maria Doze Homens', mas era exceção", diz Nenéu. Mestre "Curiâ" confirma: "Dos anos 40 para os 50, poucas mulheres jogavam: " 'Nega Didi', 'Maria Homem', 'Satanás', 'Maria Pára o Bonde', 'Calça Rala' ". Embora seja amgoleiro e radical defensor da moda antiga, até Curiâ admite que só quando a capoeira virou esporte é que as rodas ficaram mistas. Ele mesmo tem uma contramestre do sexo feminino: "a 'Jararaca', diz.

O TOQUE DÁ O RITMO E MANDA RECADO

Antigamente não havia músicas de fundo na capoeira. No máximo, quem estava por perto marcava o ritmo com um tambor. Em seu fabuloso levantamento publicado em 1834, "Viagem pitoresca e história ao Brasil", Jean Baptiste Debret deixou claro que os tocadores de berimbau tinham a intenção de chamar a atenção dos fregueses para o comércio dos abulantes.

Um certo Henry Koster (inglês que se radicou em Pernambuco, virou senhor de engenho e passou a ser chamado de Henrique Costa) escreveu em suas anotações de 1816 que, de vez em quando, os escravos pediam licença para dançar em frente à senzala e se divertiam ao som de objetos rudes. Um deles era o atabaque. Outro, "um grande arco com uma corda, tendo uma meia quenga de coco no meio ou uma pequena cabaça, amarrada". Era um instrumento de percussão trazido da África. A palavra vem do quinbundo, mbirimbau.

O que conhecemos hoje é chamado berimbau-de-bariga porque o músico leva e traz a boca da cabaça até o próprio corpo para alterar o som. Segundo o folclorista Édison Carneiro, foi neste século, e na Bahia, que o instrumento se incorporou ao jogo da capoeira, para marcar o ritmo dos praticantes.

O que define um jogo rápido ou lento é o toque, um padrão rítmico-melódico tocado e cantado. Segundo o etnógrafo Waldeloir Rego, existem 25 tipos de toque. Entre os mais tradicionais, de autoria desconhecida, estão o Angola (bem lento, para os capoeiras que gingam pertinho do chão), São Bento Pequeno (ou Angola invertida, para golpes em que os oponentes chegam muito perto um do outro), São Bento Grande (para jogos mais Ágeis), Cavalaria (usado nos tempos da proibição do jogo para avisar a chegada da polícia), Amazonas (que saúda um mestre visitante) e Banguela (o mais lento da capoeira regional, usado para acalmar os ânimos dos combatentes). O Iuna é um exemplo de toque instrumental, criada por mestre Bimba para o jogo de capoeiras experientes.

 A maioria tem letra e muitas vezes quem está cantando aproveita para comentar o jogo, improvisando versos que pedem para baixar a agressividade ou que zombam do capoeirista que não é tão bom quanto dizia.

TUDO COMEÇOU COM UMA CERTA DANÇA DA ZEBRA

 A palavra capoeira não é africana, como se costuma pensar. Ela vem do Tupi, kapu'era, e originalmente possui dois significados. Pode tanto designar mato ralo ou roçado como uma espécie de cesto ou gaiola que serve para carregar animais e mantimentos. A partir desse duplo sentido, etimologista, historiadores e folcloristas começam a polemizar sobre o berço da capoeira, que pode ser rural ou urbano.

Uns enxergam seu nascimento no campo, entre grandes plantações de cana e engenhos de açúcar, onde as clareiras abertas na mata serviam de canal para a fuga dos negros rebeldes e espaço para o lazer nas horas de folga. "A própria palavra já denuncia uma ligação com o meio rural", diz o antropólogo Oderp Serra, da Universidade Federal da Bahia. Mas há quem diga que a capoeira é própria da cidade, onde aquela brincadeira quase inocente das fazendas teria evoluído para a arte marcial. "Sem dúvida, ela é urbana", afirma o pesquisador baiano Waldeloir rego, Autor de um clássico sobre o assunto, Ensaio Sócio-Etnográfico Sobre a Capoeira de Angola. "Só não podemos afirmar se a capoeira é de Salvador ou do Rio de Janeiro. Provavelmente, se fez ao mesmo tempo nas duas cidades, e ainda em Recife".

A existência de jogos corporais semelhantes à capoeira em Cuba (o mani) e na Martinica (a ladja) comprovam que a semente de todas as especulações está nos costumes trazidos nos portões dos navios negreiros que também seguiram para o Caribe. Mestre Moraes foi um dos capoeirista brasileiros que tiveram oportunidade de presenciar na Angola atual o ritual do n'golo, ou "dança da zebra". "Não é capoeira, mas uma competição atlética que os rapazes da aldeia fazem para ver quem merece ficar com a moça que já atingiu a idade de casar".

Cruzando os relatos disponíveis, Rego concluiu que o n'golo folguedo, um divertimento praticado pelos escravos nos domingos e feriados. Com o tempo, a prática teria se transformado em exibições de habilidade, destreza e leveza de movimentos, chegando ao jogo de ataque e defesa no século passado.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O VIGOR DOS REGIONAIS

 ·       RODA ALEGRE

Aqui os capoeiras aguardam sua vez em pé, batendo palmas ao ritmo da musica.

·       SALTOS NO AR

Os regionais mantém  sempre o corpo mais ereto e deferem golpes mais velozes, com maior quantidade de saltos.

·       SOM MINIMALISTA

O fundo musical deste estilo precisa apenas de um berimbau e doas pandeiros.



Em comum a capoeira Angola e a Regional tem alguns princípios fundamentais. Quem joga sempre deve começar cumprimentando o parceiro “ao pé do berimbau”, quer dizer, agachado perto do instrumento que dará o ritmo dos golpes.

Ambos devem estar limpos, “ descentemente trajados” e jamais sem camisa.

Deve-se procurar a harmonia, na qual um movimento de defesa já é o começo de outro, de ataque, sem ferir o companheiro.

Os oponentes não se atracam, mas lutam “por aproximação”, respeitando a hora de entrar e sair da roda.

E ninguém deve aprender capoeira para sair batendo nos outros.

NO BATIZADO, O CAPOEIRISTA GANHA APELIDO

O capoeira sempre é chamado por um apelido que lhe é dado na roda. Foi assim que ficaram famosos os mestres João Grande, João Pequeno, Cobrinha Verde, Camisa e Canjiquinha. Esse nome de guerra geralmente e dado na ocasião do batizado, momento em que o aspirante jogaria pra valer pela primeira vez.

Segundo Aristeu Oliveira dos Santos, o paranaense Mestrinho, a ocasião serve para testar os conhecimentos de quem está sendo batizado.

O ritual foi inventado por Mestre Bimba, para marcar o fim da etapa de iniciação.

Na época o criador da capoeira Regional entregava um lenço ao seu discípulo, baseado no costume dos antigos valentões de Salvador que protegiam o pescoço com um pedaço de seda para que a navalha do inimigo escorregasse.

Esse costume, influenciado pelas faixas coloridas das artes marciais orientais, inspirou os cordéis da capoeira.


Os ortodoxos não aceitam o sistema de graduação.
Acreditam que alguém só pode ser chamado de mestre quando sua vocação de educador e sua sabedoria de conselheiro, alem da habilidade “aparecerem naturalmente”.

Mais muitas academia adotaram o sistema hierárquico montado pela confederação Brasileira de Capoeira, com a combinação das cores da bandeira do Brasil.

 CONHEÇA O SISTEMA DE GRADUAÇÃO DO GRUPO GINGA BRASIL.

 



UMA CULTURA NEGRA EM JOGO

Não são todos os capoeiristas que se consideram atletas.
Para os grupos mais tradicionais de Salvador, é uma forma de expressão da cultura negra. Tanto que, para eles, trata-se de uma arte marcial afro-brasileira. “Reduzir a capoeira ao esporte é diminuir seu lado subjetivo, sua história e sua filosofia”, diz Pedro Moraes Trindade, o mestre Moraes, baiano que segue a linha de Angola. “Capoeira é a fusão de corpo e mente. Em comparação a outras artes marciais, corresponde ao tai chi chuan chinês, no qual você não precisa ser forte, mais sim inteligente.”
           
            Manoel Nascimento Machado, ou mestre Nenéu, de Salvador, Batizado na capoeira como “Sá Pererê” e filho do criador da capoeira Regional, também insiste em ressaltar aspectos que extrapolam a mera habilidade física. “O capoeira nunca joga contra o outro, mas sim, com o outro”, Ela ainda é praticada espontaneamente, como a brincadeira dos escravos nos dias de festa do Brasil colonial, e está dividida em estilos, métodos e rituais diferentes e informais. O que você vê na televisão, na rua ou na maioria das academias está mais próximo de um certo tipo de roda: a Regional, bem diferente da capoeira Angola, a mais primitiva. Embora a confederação tente unir as duas correntes, listando 76 golpes, é difícil promover competições que avaliem todos os capoeiristas por um mesmo padrão.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

DE UM GEITO OU DE OUTRO, A TRADIÇÃO FEZ ESCOLA

A capoeira começou a ser ensinada regularmente nos anos 30 e já naquela época estava dividida em dua vertentes.
A de Angóla, nome que homenageia as tradições dos escravos angolanos, e a Regional, chamada assim por ter nascido na região da Bahia.

Veja como identificas as diferenças entre elas:

·       Clima solene

No chamado jogo de Angola os capoeiristas ficam agachados, quietos, esperando sua vez de jogar.

·       O chão é o limite

Os movimentos dos angoleiros são mais lentos, aparentemente displicentes, rentes ao solo.

·       Orquestra Afinada

Este estilo utiliza uma bateria de três berimbaus, dois pandeiros, um atabaque, um reco-reco e um agogô



ARTE MARCIAL

Nos nos ultimos dois anos, o numero de cursos de capoeira quadruplicou.
O cáuculo e do presidente da confederação Brasileira de Capoeira, Sérgio Luiz Vieira, sustentado em estimativas do final de 1995 que incluem tanto as escolas filiadas quanto as " de fundo de quintal " . Se levarmos em conta que a média de alunos de cada mestre, titulo dado ao professor de capoeira, é de 100 iniciantes, chegariamos á conclusão de que uns 2,5 milhões de brasileiros já entraram na roda.

Alem disso, essa mistura de jogo, dança e pugilismo está presente em 48 países. Curiosamente, nenhum do continente africano. São 120 cursos apenas no estado americano da Califórnia, incluindo o da Universidade de Berkeley. " Houve um boom de capoeira, especialmente depois que ela foi reconhecida como esporte pelo Comitê Olímpico Brasileiro " , disse Vieira á SUPER. " A capoeira entrou em clubes da classe média alta, em colégios e universidades. Por isso foi criada uma federação internacional.